O Socialismo no Imobiliário

O nosso governo continua a achar que arranjar 200 casas para arrendar a 500 euros no centro de Lisboa, por mais velhas que sejam, é uma medida suficiente para combater o problema que estamos a enfrentar no mercado imobiliário - não só em Lisboa, como no resto do país.

Já não se trata apenas do preço do arrendamento: trata-se de vender aos estrangeiros aquilo que é nosso e, com isto, matar grande parte da nossa história - das velhinhas que cochicham entre varandas, dos senhores que jogam as cartas no banco, das mercearias em que ainda se faziam descontos às barbearias com cortes, por mil escudos, à máquina zero. 


Que fechem todas as casas em que os passos fazem a Madeira falar, que toda a tinta branca esbatida de história seja pintada com duas de mão, e que os arcos e detalhes sejam trocados por linhas básicas, expulsando-se anos e anos de estória, para se dar lugar a dias e semanas de férias.

No dia em que Lisboa forem só turistas, morre o turismo.


Mas até lá, morrem centenas de memórias de quem por ali nasceu, à medida que o nosso país deixa também cair mais um pedacinho da cor que sempre pintou a nossa história.

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